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A receita para um bom caminhão é um motor a diesel de combustão interna, que trazem uma ótima relação de potência e torque, e consegue mover pesadas cargas com certa facilidade. Mas a Boeing tentou mudar os ingredientes, adicionando uma poderosa turbina nos caminhões.

O projeto começou no final da década de 1940. Depois da Segunda Guerra Mundial, a fabricante de aeronaves decidiu expandir suas atividades, produzindo motores para outras aplicações, entre elas, o transporte rodoviário de cargas.

Em abril de 1950, um Kenworth equipado com uma turbina a gás de 175 cavalos de potência começou a ser testado.

Nas fotos é possível ver um caminhão a diesel convencional a direita, e, ao lado, o motor da Boeing instalado em um caminhão semelhante. A diferença de tamanho e peso são impressionantes.

A turbina a gás pesava menos de 100 quilos, e foi testada por alguns meses no transporte de cargas de dez toneladas. Em comparação, um motor diesel completo poderia pesar mais de uma tonelada.

Na época dos testes, a Boeing disse: “Instalada experimentalmente, a turbina da Boeing ocupa apenas 13% do espaço normalmente ocupado por um motor convencional a gasolina ou diesel de igual potência. O novo motor opera com o mesmo princípio da turbina a vapor do navio”.

A escolha dos caminhões para os testes, produzidos pela Kenworth, não foi mera coincidência. A montadora de caminhões produziu aviões B-17 e B-29 durante a Segunda Guerra Mundial em suas instalações, e fica instalada na mesma região da Boeing.

Um dos testes com o caminhão incluiu uma viagem entre o Canadá e o México, mas os resultados não foram muito bons.

Na viagem, o caminhão equipado com a turbina demorou cerca de cinco horas a mais do que o modelo diesel usado para comparação. Além de muito ruído, o caminhão também consumia muito combustível, acelerava de forma mais lenta e destruía as embreagens com facilidade.

Na questão do consumo, o caminhão consumia um litro de diesel a cada 400 metros rodados, dando uma média baixíssima (0,4 km/l) em comparação com os modelos diesel tradicionais.

A Kenworth logo descartou o projeto, mas a Boeing seguiu investindo no aprimoramento da tecnologia até a década de 1960.

Alguns caminhões de bombeiros American-LaFrance receberam turbinas mais avançadas, mas a manutenção caríssima, dificuldade na obtenção de peças e outros problemas fizeram que os motores da Boeing fossem trocados por versões a diesel comuns.

A tecnologia poderia servir para uso em equipamentos militares, helicópteros e outros veículos, mas, para os caminhões, a receita do motor convencional, a diesel e com combustão interna, é o que servia, e segue até hoje.

By DB

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